quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

SANTA TERESA DE ÁVILA - BIOGRAFIA E OBRAS





SANTA TERESA DE JESUS OU TERESA DE ÁVILA – DOUTORA DA IGREJA





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Aquela que viria a ser conhecida como Teresa de Ávila e Teresa de Jesus, de seu verdadeiro nome Teresa de Cepeda y Ahumada, nasceu em 1515 na província de Ávila em Castela, filha de Alonso Sánchez de Cepeda e de Beatriz de Ahumada y Cuevas. A mãe criou Teresa com profunda devoção na fé cristã.
Desde muito cedo, que Teresa demonstrou um grande interesse pelos escritos atinentes à vida dos santos.
A mãe morre em 1528 e Teresa atingida por uma profunda tristeza encontrou na devoção à Virgem Maria o seu maior refúgio, considerando-a a partir daí sua “mãe espiritual”.
Em 1531 entra para o Convento de Nossa Senhora da Graça, escola de freiras agostinianas com sede em Ávila, na qualidade de interna. 
Passado pouco tempo adoece e sai do convento, retornando a casa do pai, onde se ocupa com leituras espirituais e se exercita na prática da “oração mental”. Recuperada a saúde, no ano de 1536, Teresa entra no Convento da Encarnação e toma o hábito a 2 de Novembro. 
No ano seguinte, professa no Carmelo.

É interessante anotar que no ano de 1542, nasce S. João da Cruz, cuja obra mística se encontra estreitamente ligada à de Teresa de Jesus.

Teresa desenvolve vários métodos de oração e atinge progressivamente estádios avançados na “união com Deus”. Já estamos em 1556 quando alguns “espirituais” sugerem que o conhecimento revelado a Teresa tinha a sua origem no demónio e não em Deus Pai, no Seu Filho, ou no Espírito Santo. No entanto, o seu confessor assegura-lhe o contrário.
No ano de 1558, Teresa encontra-se com S. Pedro de Alcântara. No ano seguinte, no dia de S. Pedro, diz que Cristo lhe terá aparecido, ainda que invisível. Durante algum tempo, continuou a ter visões, e numa delas um Serafim tê-la-á trespassado com uma lança de ouro com uma pequena chama na ponta. “Ele parecia para mim estar lançando-a por vezes no meu coração e perfurando as minhas entranhas; quando a puxava de volta, parecia levá-las junto também, deixando-me inflamada com um grande amor de Deus”. A dor seria tão intensa que a fazia gemer, mas julgava-a tão doce que não queria que ela terminasse. Esta visão constitui-se como a inspiração de Bernini para a execução da escultura que podemos considerar como uma das obras-primas da arte mundial.
Teresa, na tentativa de imitar Cristo, aceitou e procurou o sofrimento da paixão, o que se reflecte na expressão: “Senhor, ou me deixe sofrer ou me deixe morrer”.

Constatando os muitos males que assolavam o Convento Carmelita da Encarnação, Teresa em 1560 motivada pelo encontro que teve com S. Pedro de Alcântara, decide com algumas companheiras fundar um convento com as regras primitivas do Carmelo. Em 1562 funda o Convento de S. José, numa enorme pobreza, onde passa a residir a partir do ano de 1563. Durante cinco anos, Teresa manteve-se em quase total reclusão e dedicou-se à escrita, não obstante tenham sido criados vários mosteiros e no ano de 1567 se tenha dado o seu primeiro encontro com João da Cruz, que em 1568 funda o primeiro mosteiro de frades carmelitas descalços em Duruelo.
Em 1572 João da Cruz é nomeado capelão do Convento da Encarnação.
A partir de 1575 Teresa e a sua Ordem passa a ser objecto de perseguições. 
Em 1577, no meio de inúmeras vicissitudes, Teresa escreve a sua obra-prima, O Castelo Interior. Neste ano, cinquenta freiras são excomungadas e S. João da Cruz é raptado.
Só em 1579 os processos instaurados contra si pelo Santo Ofício da Inquisição são arquivados, terminando as perseguições.

Nos cerca de vinte anos da sua acção reformadora foram fundados inúmeros conventos e mosteiros.
Teresa terá falecido no dia 15 de Outubro de 1582 – no dia em que se aprovou o calendário gregoriano em detrimento do juliano – numa viagem que realizava entre Burgos e Alba de Tormes. Foi sepultada nesta última localidade, onde repousam as suas relíquias.
As suas últimas palavras terão sido:
"Meu Senhor, é hora de seguir adiante. Pois bem, que seja feita Tua vontade. Ó meu Senhor e meu Esposo, a hora que tanto esperei chegou. É hora de nos encontrarmos!".

Em 1622, Teresa foi canonizada por Gregório XV. 
Em 27 de Dezembro de 1970, Teresa de Jesus foi distinguida pelo Papa Paulo VI com o título de Doutora da Igreja. Foi a primeira mulher, conjuntamente com Catarina de Sena a ser proclamada doutora da Igreja.


***


OBRAS

As principais obras de Teresa de Jesus (e de S. João da Cruz), estão entre as mais excelentes da  mística Cristã.
A "Autobiografia", escrita cerca do ano 1565, sob a direcção de seu confessor, fr. Pedro Ibánez.
"O Caminho da Perfeição", também escrito sob a direcção de Ibánez.
"Meditações sobre o Cântico do Cânticos" (1567).
"O Castelo Interior", na qual a alma é comparada a um castelo com sete moradas.
"Relações", uma ampliação da sua autobiografia onde nos narra as suas experiências internas e externas na forma de epístolas.
Poemas.

Deixo-vos com um dos mais conhecidos, que é simultaneamente uma oração:

Nada te inquiete,
nada te assuste;
pois tudo passa,
Deus nunca muda.
A paciência alcança tudo.
Quem Deus possui
nada lhe falta.
Só Deus nos basta.



JOSÉ MARIA ALVES

(BLOGUE PESSOAL)

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